Danilo gentili defende comediante condenado por preconceito


Danilo gentili defende comediante condenado por preconceito

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Danilo Gentili rechaçou a decisão da Justiça de São Paulo de CONDENAR LÉO LINS a 8 anos e 3 meses de prisão por "proferir discursos preconceituosos" contra diversos grupos


minoritários em show. O apresentador diz que a condenação soa como uma piada de mau gosto. "Olha, no país em que o INSS é usado para fraudar velhinhos à força, a Justiça puniu um


comediante por contar piadas em um ambiente criado para isso, soa uma piada de mau gosto". Para Gentili, os argumentos usados na condenação - como o de que liberdade de expressão não


pode ser irrestrita - de Lins são "duvidosos". "Liberdade de expressão só pode ser irrestrita! Todos que expressam uma opinião, seja no teatro, na poesia, na música, na


ficção, no livro ou em forma de uma piada, todos podem ser criticados, questionados e até acionados em processos civis. Agora, o que não pode em hipótese alguma é serem presos ou alvos de


censura", diz. "Piadas são apenas piadas", diz. "Piadas não fraudam o INSS, piadas não estimulam golpes, piadas não matam gente pobre de fome, piadas não geram gente


morrendo no hospital porque o dinheiro da saúde foi desviado, piadas não geram intolerância, não geram preconceito, piadas são apenas piadas". Gentili também criticou o argumento de que


"humor não é passe livre para cometer crimes". "Até porque o humor não comete crimes. O humor é baseado em fantasia, em ficção, em exagero, em jogos de palavras, em


associações de quebra de expectativa, em preparações e desfechos". "O humor é uma forma de arte e de escrita como qualquer outra. O humor, como outras atividades artísticas, existe


para brincar, provocar, fazer pensar, causar o alívio em quem está ouvindo, causar o riso, causar boas sensações. E como toda forma artística, a liberdade para se fazer humor, para se


contar piadas deve ser protegida", disse Danilo Gentili. O apresentador afirma que o humor não deve ser limitado. "Nos últimos tempos, algumas autoridades passaram a tratar comédia


e ficção como se fosse verdade. Isso não é progressismo, isso é regressão. Uma sociedade que não sabe a diferença entre ficção e realidade, entre piada e verdade, não é uma sociedade do


futuro, é uma sociedade pré-tribal".   Ele também diz que Lins é "um dos caras mais gentis e corretos" que existem. "Me chateia muito, mas não me surpreende ler por aí


que Léo Lins foi condenado por ser preconceituoso e praticar crimes de ódio. Isso não condiz nem um pouco com a realidade de quem conhece o Léo Lins". O comediante trabalhou no


"The noite", programa de Danilo Gentilli exibido no SBT/Alterosa, até julho de 2022. Ele foi demitido pela emissora por fazer piadas com uma criança com hidrocefalia.  Por fim, o


apresentador lembrou que o primeiro comediante condenado à prisão em primeira instância no Brasil foi ele mesmo. "Eu espero de verdade que na segunda instância do Léo Lins o bom senso


prevaleça, como prevaleceu na segunda instância daquele processo que eu também fui condenado por contar piadas". CONDENAÇÃO DE LÉO LINS  A pedido do Ministério Público Federal (MPF),


Lins foi condenado por uma apresentação de 2022, que chegou a 3 milhões de visualizações no YouTube. No show "Perturbador", Leo Lins ironiza temas como abuso sexual, zoofilia,


racismo, pedofilia e gordofobia. As piadas também citam pessoas famosas e incluem comentários jocosos a respeito de crimes e tragédias, como o incêndio na boate Kiss.   Wagner Moura como


Zico no longa-metragem "Carandiru" (2003), superprodução de Hector Babenco adaptada do livro homônimo de Drauzio Varella Marlene Bergamo/Divulgação Em "Tropa de elite"


(2007), de José Padilha, Wagner Moura vive o Capitão Nascimento, um policial do Bope. O sucesso do filme fez com que expressões como "pede pra sair", ditas pelo Capitão, fossem


incorporadas ao vocabulário do dia a dia David Prichard/Divulgação Na comédia musical, "Ó paí,ó" (2007), de Monique Gardenberg, Wagner Moura voltou a contracenar com Lázaro Ramos,


retomando a parceria de sucesso do teatro, quando os dois atores baianos interpretaram o mesmo personagem na montagem "A máquina" Europa Filmes/Divulgação Na série


"Narcos" (2015-2017), da Netflix, Wagner Moura vive o megatraficante colombiano "Pablo Escobar". Papel o tornou mundialmente conhecido Juan Pablo Gutierrez/Netflix No


drama biográfico "Sérgio" (2020), de Greg Barker, o ator interoreta o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, morto


num atentado no Iraque, em 2003 Netflix/Divulgação Wagner Moura estreou na direção de longas com "Marighella", biografia do guerrilheiro Carlos Marighella, interpretado por Seu


Jorge. O filme está disponível no Prime Video O2 Filmes/Divulgação No longa hollywoodiano "Guerra civil" (2024), de Alex Garland, o ator é Joel, jornalista que atravessa o país ao


lado da fotógrafa Lee (Kirsten Dunst), para cobrir a conflagração que tomou conta do país Diamond Films/Divulgação Wagner Moura interpreta o professor Marcelo no novo filme de Kleber


Mendonça Filho, "O agente secreto" (2025). Ele venceu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes Reprodução redes sociais Kleber Mendonça Filho Voltar Próximo Lins vai ter que


pagar multa equivalente a 1.170 salários mínimos, em valores da época da gravação, e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Ao longo da apresentação, ele admitiu o caráter


preconceituoso das piadas, demonstrou descaso com a possível reação das vítimas e afirmou estar ciente de que poderia enfrentar problemas judiciais devido ao teor das falas. A Justiça


Federal apontou como "agravante" o fato das declarações terem sido feitas em um contexto de descontração, diversão ou recreação. A disponibilização do vídeo pela internet e a


grande quantidade de grupos sociais atingidos pelas supostas piadas foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante. A sentença da 3ª Vara Criminal


Federal de São Paulo destaca que conteúdos como a apresentação do réu "estimulam a propagação de violência verbal na sociedade e fomentam a intolerância". Segundo a decisão,


atividades artísticas de humor não constituem 'passe livre' para o cometimento de crimes, assim como a liberdade de expressão não é pretexto para o proferir comentários odiosos,


preconceituosos e discriminatórios. "O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem


da própria lei. No caso de confronto entre o preceito fundamental de liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os


últimos", escreveu a juíza federal Barbara de Lima Iseppi. Em nota, a defesa de Léo Lins diz que a condenação é um "triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil".


"Ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco, causa-nos profunda


preocupação", diz o comunicado. "Apesar desse episódio, mantemos plena confiança no Poder Judiciário nacional, que tantas vezes tem sido acionado para garantir direitos e


liberdades individuais. A defesa informa que interporá o competente recurso de apelação e confia que essa injustiça será reparada em segunda instância", disseram Carlos Eduardo Ramos e


Lucas Gilberti, advogados de Léo Lins SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA A assessoria do humorista informou que medidas cabíveis foram adotadas para que


a sentença seja recorrida. Segundo o comunicado, Léo Lins completa 20 anos de carreira dedicado ao humor, sendo reconhecido por seu estilo ácido e provocador. "Trata-se de uma decisão


grave e sem precedentes, que levanta sérias preocupações sobre os limites da liberdade artística e de expressão no Brasil. A criminalização do humor representa um risco real à liberdade


criativa de todos os artistas", diz a nota.