Zé Ibarra explora novos modos de cantar em "Afim", o segundo disco solo


Zé Ibarra explora novos modos de cantar em

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MÚSICA Zé Ibarra explora novos modos de cantar em "Afim", o segundo disco solo Cantor e compositor carioca diz que nesse álbum ele quis ficar "a fim" de si mesmo e abandonar o "vício" de


repetir o que vinha dando certo Publicidade  Desde o primeiro disco de rock progressivo, “Continuidade dos parques” (2015), lançado com a banda Dônica, passando pela participação na última


turnê de Milton Nascimento, pelo alvoroço provocado por “Sim sim sim” (2022), ao lado do grupo Bala Desejo, até o mergulho no cancioneiro popular com o disco solo “Marques, 256” (2023), o


carioca Zé Ibarra, de 28 anos, tem-se mostrado um dos artistas mais versáteis da nova geração.


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de mama Em seu segundo álbum solo, “Afim”, disponível a partir desta quinta-feira (5/6) nas plataformas digitais, Ibarra reafirma o caráter experimental de sua obra e se afasta da MPB


tradicional para explorar novas sonoridades. “O artista só se atualiza para o público através da sua obra. Eu estava precisando me atualizar para poder existir”, diz ele.


O trabalho revela um cantor que vai além dos falsetes e agudos que o tornaram conhecido do grande público. “Tenho muito mais do que isso. Sou, acima de tudo, um cara que gosta de


experimentar”, afirma, embora não abandone completamente a técnica do canto etéreo, ainda presente em faixas como “Retrato de Maria Lúcia”, escrita por Ítallo França. “Não mudo


completamente, mas incorporo outros sabores”, afirma.


Othon Bastos ocupa o palco e a telona em Belo Horizonte Além da canção de França, Ibarra também gravou composições de Sophia Chablau, Maria Beraldo, Tom Veloso e da ex-Bala Desejo Dora


Morelenbaum, com quem assina a faixa “Essa confusão”, que já havia sido registrada no último disco dela, “Pique”. Segundo ele, a intenção é colocar a voz a serviço da nova geração. “O


intérprete pode muitas vezes amplificar certos discursos, certas canções”, comenta.


Aprisionado “Comecei a sentir a necessidade de manter uma postura da grandiloquência dos temas, de cantar de uma forma emocionante. Isso estava me deixando um pouco aprisionado na minha


relação com o mundo”, conta. “Às vezes, a gente cria um negócio, dá certo, e fica meio viciado em repetir o lance. O disco, para mim, é uma tentativa de dizer: não quero agradar ninguém,


quero agradar a mim.”


As faixas abordam o amor sob novas perspectivas dentro da discografia do cantor e compositor, aprofundando temas como desejo e sexualidade. “Sou carioca, tenho todo um riso sarcástico, uma


displicência”, diz. “Segredo” traz versos picantes, enquanto “Da menor importância” trata da fluidez de gênero.


Mostra Internacional de Violão tem programação gratuita em BH Zé Ibarra adiciona novas camadas às canções dos colegas e se apropria delas como se fossem suas. Para isso, contou com a


parceria de Lucas Nunes, seu maior aliado musical, também integrante da Dônica e do Bala Desejo, na produção do disco.


O trabalho tem ainda sopros do trio Copacabana Horns e arranjos de cordas de Jaques Morelenbaum. Participam ainda os músicos mineiros Lucas de Moro no piano, sintetizador e guitarra, e


Frederico Heliodoro, nas guitarras e no baixo.


Há um afastamento das molduras clássicas da MPB, mas sem virar as costas totalmente para elas. "Meu disco também faz parte, de algum modo, de um pós-resgate da MPB dos anos 1970 e 1980. Sem


desconsiderar isso, sem precisar negar. Ainda tem Caetano, tem Gil, tem Gal, só que de uma forma atualizada, sem querer reafirmar, tampouco negar", aponta.


O que aprendi ao visitar a exposição 'A coisa dRag' Pressões Zé conta que se sentia com o desejo prejudicado pelas pressões do mundo contemporâneo, especialmente pelas redes sociais, pelos


algoritmos e pelo medo constante de errar ou fracassar. Para ele, “Afim” é uma forma de reafirmar o livre arbítrio. As fotos de divulgação foram feitas em um banheiro e mostram uma imagem do


artista mais crua, em um ambiente privado em que ela não havia se mostrado ao público.


“Eu quis ficar a fim de mim mesmo, a fim da multiplicidade que eu posso ser”, afirma. “Quando a gente se apaixona por algo, a gente perde o medo, ganha força. Existe um poder no desejo.”


Em "A procura de Martina", avó argentina busca no Brasil neto sequestrado  A faixa de abertura, “Infinito em nós”, é uma composição antiga dele que ainda não havia se encaixado em nenhum


projeto. Já “Transe” é vista por Ibarra como a música-tese do álbum – a faixa que condensa toda a complexidade do projeto. Ousada, com influências de jazz e pop, a canção aborda o fenômeno


do “ghosting”, termo usado no mundo digital quando alguém some repentinamente de uma relação, sem dar explicações. “Acho isso um fenômeno estranhíssimo”, comenta.


Sobre as referências, o carioca diz que seu processo criativo não parte de fórmulas ou modelos estabelecidos. “Não penso em referência de forma direta. Minha referência é a minha cabeça.


Paro, fecho os olhos e sinto. A música vem do jeito que tiver que vir”, afirma.


Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia Ainda assim, reconhece que tudo o que já ouviu, da infância até hoje, influencia sua obra, mesmo que de forma


inconsciente. “Minha musicalidade, pelo visto, é maluca mesmo. Ela vai para vários lugares.”


“Afim” apresenta Zé Ibarra como um artista sem medo de se reinventar, mesmo quando a fórmula ainda está dando certo. É uma mistura bem costurada entre ritmos e temas atravessados pela já


conhecida


entrega emocional do artista.


FAIXA A FAIXA


“Infinito em nós” (Zé Ibarra)


“Segredo” (Sophia Chablau)


“Transe” (Zé Ibarra)


“Retrato de Maria Lúcia” (Ítallo França)


“Da menor importância” (Maria Beraldo)


“Morena”(Tom Veloso)


“Essa confusão” (Zé Ibarra e Dora Morelenbaum)


“Hexagrama 28” (Sophia Chablau)


“AFIM”• Disco de Zé Ibarra• Coala Records• 8 faixas• Disponível nas plataformas digitais a partir desta quinta (5/6)


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