Maia diz ver como ‘difícil, mas viável’ votar Previdência em fevereiro


Maia diz ver como ‘difícil, mas viável’ votar Previdência em fevereiro

Play all audios:


Presidente da Câmara está em Nova York para um encontro com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres


O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), se disse reticente em relação à votação da reforma da Previdência na casa em fevereiro, como acordado com o governo. Ele afirmou que,


para se tornar viável, a aprovação demandará “muito diálogo”.


Maia está em Nova York para um encontro com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e conversou com jornalistas neste domingo (14).


Segundo ele, a aprovação da matéria em fevereiro “não é fácil”, porque uma parcela da população é contra a reforma. “Muitos deputados, em ano eleitoral, se não tiverem muita clareza de que


há uma base sólida para a aprovação, podem nem votar, pensando em sua base eleitoral”, disse.


Maia afirmou que, para construir uma base de “pelo menos 320, 330 deputados”, será preciso “muito diálogo e o envolvimento de outros políticos, inclusive governadores”.


O deputado lembrou a situação fiscal delicada de alguns Estados e a necessidade de “reestruturar as contas públicas brasileiras”. “Eles [governadores] serão beneficiados, a situação fiscal


dos Estados vem piorando ano a ano. Se não votarmos, o número de Estados sem poder pagar o décimo-terceiro [de servidores] no ano que vem pode passar de cinco”, disse.


Maia informou que já conversou com os governadores de Minas Gerais e de Santa Catarina -respectivamente, Fernando Pimentel (PT) e Raimundo Colombo (PSD)- e que ainda falará com outros.


Na entrevista, Rodrigo Maia também minimizou um possível desconforto com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles -que responsabilizou o Congresso, que ainda não conseguiu aprovar a reforma


da Previdência, pelo rebaixamento da nota de classificação de risco da dívida brasileira pela agência Standard & Poor’s.


Nos bastidores, os dois travam uma batalha para tentar se viabilizar como o nome de centro para as eleições.


Maia disse que neste momento não mistura extremos e jogou a culpa do atraso na votação da reforma nas denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer, barradas pela Câmara em agosto


e outubro -segundo ele, os processos fizeram com que o governo perdesse base na Câmara.


“Sobre a reforma da Previdência [e a votação em fevereiro], sempre fui muito realista. O governo sai do fim de 2016 de uma base de 316 deputados e termina, após a segunda denúncia, com 250.


É preciso recompor 70, 80 votos.”