Mec envia novo texto às escolas suspendendo orientação sobre filmagens
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Ministério diz não haver condições técnicos de armazenar os vídeos 28/02/2019 15h44 Por: Agência Brasil O Ministério da Educação (MEC), desde o início da manhã de hoje (28), encaminha um
novo comunicado às escolas suspendendo o pedido de filmagem de estudantes e do envio dos vídeos por e-mail. É o terceiro comunicado enviado aos colégios. Por questões técnicas e de
segurança, a filmagem foi suspensa. O texto encaminhado hoje aos colégios informa sobre a nova decisão. “Em relação à mensagem anterior do Ministério da Educação (MEC), dirigida aos senhores
e senhoras diretores e diretoras de escolas, por questões técnicas de armazenamento e de segurança, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez decidiu suspender o pedido de filmagem e de envio dos
vídeos por e-mail.” Anteriormente, a pasta recomendou, deixando a decisão livre para cada instituição, aos colégios a leitura da carta, encaminhada pelo MEC, na presença de estudantes,
professores e funcionários e a execução do Hino Nacional com registro em filmagens que deveria ser enviado ao MEC. HISTÓRICO No primeiro comunicado, a mensagem orientava para leitura da
carta, encaminhada pelo MEC, na presença de estudantes, professores e funcionários das escolas. Nela, havia o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus
acima de todos!”. O ministro da Educação, Ricardo Vélez, reconheceu que houve um equívoco. Há dois dias, foi encaminhado um segundo comunicado. Nele, o slogan foi retirado , mas a orientação
para leitura e o registro de filmagens foi mantida. A mensagem especificava que, antes que os vídeos fossem utilizados, seria solicitada a devida autorização dos pais e responsáveis. A
pasta havia especificado o tamanho dos vídeos e os endereços de e-mail para o qual deveriam ser enviados. As imagens seriam selecionadas pelo ministério “para eventual uso institucional”,
conforme informou o MEC anteontem (26). REAÇÕES No dia 26, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), que integra o Ministério Público Federal, encaminhou um pedido de
esclarecimento a Vélez, pois entendeu que a primeira mensagem feria preceitos legais. O primeiro comunicado do MEC sofreu também críticas por parte de educadores, estudantes, estados e
municípios. Pelas redes sociais, estudantes fizeram uma campanha para gravar vídeos mostrando problemas na escola, como falta de materiais, de infraestrutura e falta de professores.
Secretarias estaduais se queixaram da ausência de consulta sobre o tema. No Brasil, as escolas públicas são, na maioria, de responsabilidade dos estados e municípios. O MEC teria ferido a
autonomia deles ao enviar uma mensagem diretamente às escolas. Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que reúne os secretários estaduais, disse que a ação “fere
não apenas a autonomia dos gestores escolares, mas dos entes da federação. O ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária”. A União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), também por meio de nota, disse que considera “inadequadas, na forma e no conteúdo”, as recomendações encaminhadas pelo MEC.