Pressão do governo não prejudica vale
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Em meio a pressões políticas, a decisão da Vale de destinar menos de 3% do orçamento de US$ 12,9 bilhões previsto para 2010 para projetos de siderurgia foi bem vista pelo mercado financeiro.
Aportes no setor vinham sendo cobrados pelo governo federal. Além disso, o fato de a companhia anunciar um orçamento total mais robusto para o ano que vem foi interpretado como um sinal de
confiança na recuperação da demanda mundial por insumos básicos. O consenso entre os analistas é que será positivo para os papéis da empresa o fato de o plano priorizar o crescimento
orgânico e focar em projetos de mineração, carro-chefe da empresa, nesse momento de maior pressão política. Do total a ser aplicado em 2010, 30% está previsto para o segmento de minério de
ferro e 32% serão destinados a projetos em cobre e níquel. As ações preferenciais (PNA) da mineradora fecharam o dia de ontem com queda de 2,17%, performance melhor que a do Ibovespa, que
recuou 2,88%. Pesaram sobre as ações da mineradora sua própria liquidez e a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo pode taxar o setor de mineração,
inclusive exportações. O analista do Itaú Securities Marcos Assumpção lembra que as pressões do governo representaram "mais barulho do que impacto" sobre o plano de investimento da
mineradora. Em relatório, ele destaca que a estratégia da Vale no segmento siderúrgico não mudou: fazer aportes temporários e manter participações minoritárias inferiores a 30%. Para Pedro
Galdi, da SLW Corretora, a decisão da empresa de não sucumbir à tentação de anunciar um orçamento muito alto para agradar o governo dá uma maior tranquilidade ao acionista. Segundo ele,
apesar de US$ 12,9 bilhões ser um número forte, a cifra ainda está abaixo dos US$ 14,2 bilhões previstos inicialmente para serem desembolsados em 2009. Em maio, por conta do agravamento da
crise internacional, a Vale decidiu cortar seu orçamento em US$ 5 bilhões, que passou para US$ 9 bilhões. "O orçamento veio dentro do esperado, não fugiu do padrão da companhia",
diz em relatório o analista do Itaú.