Cotados para suceder lira votam mais com governo, mas apoiam pautas do agro
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Em pouco mais de oito meses, os deputados escolherão o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados. Dentre os mais cotados para assumir o cargo de Lira em
2025, o perfil governista em votações importantes tem predominado. A maior divergência com a orientação do governo, no entanto, surge quando as pautas são relacionadas à maior bancada do
Congresso: a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Um levantamento feito pela GAZETA DO POVO reuniu oito votações que demostram o posicionamento dos quatro principais possíveis
sucessores de Lira: Elmar Nascimento (União-BA), Antônio Brito (PSD-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Os temas variam desde a tentativa de aprovar a urgência
do PL das Fake News (ou PL da Censura), até reforma tributária, armas e marco temporal para demarcação de terras indígenas. O alinhamento com o governo ou com a oposição deve ser
determinante para conquistar o apoio necessário juntos aos partidos. VEJA TAMBÉM: * Piora avaliação de Lula entre deputados e relação com a Câmara, diz pesquisa * Câmara aprova proposta do
governo que cria novos cargos e reajusta salário de servidores A escolha do presidente da Câmara tem potencial de tornar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais fácil ou
mais difícil, a depender das pautas priorizadas. Além disso, o ritmo de discussão das propostas passa pelas mãos do presidente da Câmara, que pode acelerar as votações ou engavetar pautas. O
presidente também tem poder de influência sobre o resultado das votações ao costurar acordos. Isso faz com que a sucessão seja ainda mais importante para o governo. Neste sentido, os
posicionamentos dos pré-candidatos nas matérias já aprovadas e em temas que são caros ao governo ou à oposição podem influenciar na escolha dos deputados. A seleção do futuro presidente da
Câmara também vai influenciar o destino de pautas especialmente importantes para a oposição, como os projetos de lei de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e de
definição de foro privilegiado para políticos (tema que influi diretamente na possibilidade de senadores pedirem impeachment de membros do Supremo). A eleição ocorrerá somente em fevereiro
de 2025, mas em ano eleitoral o segundo semestre tende a ser esvaziado, já que os deputados se concentram em suas bases eleitorais. Com isso, as articulações em torno dos nomes mais cotados
já começaram e pautas prioritárias para cada bancada ou liderança já fazem parte dos debates nos corredores da Casa. COMO VOTARAM OS POSSÍVEIS SUCESSORES DE LIRA ELMAR NASCIMENTO * Reforma
tributária: a favor * Urgência do PL Fake News: a favor * Marco temporal: a favor * Vetos de Lula ao Marco temporal: pela derrubada dos vetos * Recriação do DPVAT: não votou * Prisão do
deputado Chiquinho Brazão: contra * Veto à desoneração da folha: pela derrubada do veto * Urgência do PDL 3/23, que sustava decreto de Lula sobre armas: não votou ANTÔNIO BRITO * Reforma
tributária: a favor * Urgência do PL Fake News: a favor * Marco temporal: não votou * Vetos de Lula ao Marco temporal: pela derrubada dos vetos * Recriação do DPVAT: a favor * Prisão do
deputado Chiquinho Brazão: a favor * Veto à desoneração da folha: pela derrubada do veto * Urgência do PDL 3/23, que sustava decreto de Lula sobre armas: não votou ISNALDO BULHÕES * Reforma
tributária: a favor * Urgência do PL Fake News (Censura): a favor * Marco temporal: não votou * Vetos ao marco temporal: não votou * Recriação do DPVAT: a favor * Prisão do deputado
Chiquinho Brazão: a favor * Veto à desoneração da folha: não votou * Urgência do PDL 3/23, que sustava decreto de Lula sobre armas: contra MARCOS PEREIRA * Reforma tributária: a favor *
Urgência do PL das Fake News (Censura): a favor * Marco temporal: a favor * Vetos de Lula ao Marco temporal: pela derrubada dos vetos * Recriação do DPVAT: não votou * Chiquinho Brazão:
não votou * Veto à desoneração da folha: pela derrubada do veto * Urgência do PDL 3/23, que sustava decreto de Lula sobre armas: não votou PREFERIDO DE LIRA X PREFERIDO DO GOVERNO A alta
aprovação na reeleição de Lira em 2023, quando conquistou o recorde de 464 votos favoráveis, demonstra a sua força política. Na luta por não repetir a “maldição” dos seus antecessores, que,
em sua maioria, foram relegados ao esquecimento, Lira busca manter o prestígio político elegendo seu sucessor. Apesar de um recente atrito com o governo, envolvendo o ministro Alexandre
Padilha, Lira tem sido bajulado por Lula, que o defendeu publicamente em um evento em Alagoas. O motivo pode ser justamente a sucessão da presidência da Câmara. O líder do governo, deputado
José Guimarães (PT-CE), tem sinalizado que Lula quer fazer um acordo com Lira para unir forças em torno de um nome. Atualmente, o nome do favorito de Lira é Elmar Nascimento, que desponta
com vantagem diante dos possíveis adversários. Elmar é rival do PT na Bahia, estado onde o partido de Lula é forte. O preferido do governo é o deputado Antonio Brito. Apesar de ele não ser
totalmente alinhado a todas as pautas do governo, Brito tem conquistado apoio, especialmente após defender a prisão do acusado pela morte de Mariele Franco, o ex-deputado, Chiquinho Brazão.
OPOSIÇÃO BUSCA NOME ALINHADO ÀS PAUTAS PRIORITÁRIAS A oposição, em especial o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, busca um candidato alinhado às pautas defendidas pelos partidos. A
intenção é garantir que as chamadas pautas de costume, com as quais Lira também se comprometeu para alcançar o posto, sejam mantidas no radar do próximo presidente da Câmara. Dentre as
pautas que devem fazer parte das negociações estão a votação do fim do foro privilegiado e a busca por um acordo multipartidário para aprovar, nos próximos dois anos, a anistia da
inelegibilidade de Jair Bolsonaro no Congresso. A anistia para os presos do 8 de janeiro também deve fazer parte dos requisitos para o acordo. Essas posições tem sido apontadas pelo líder da
oposição, deputado Filipe Barros (PL-PR). Em entrevista ao programa Assunto Capital, da GAZETA DO POVO, Barros disse que o candidato que aceitar a condição deverá declarar publicamente que
apoia a proposta.