Quiet quitting: uma seleção bem-feita pode resolver o problema
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É um fenômeno mundial, uma espécie de “manifesto silencioso de insatisfação do colaborador com seu trabalho”, ou, um “desengajamento” do colaborador com o trabalho. O _quiet quitting_, que
na prática é um pedido de demissão só que sem a verbalização da intenção, mas sim por meio do pouco engajamento com a empresa, não raro pode ser associado a uma “sequela” da Síndrome de
Burnout, causado pelo excesso de atribuições. Agir assim na empresa varia de pessoa para pessoa e isso tem a ver com o perfil de cada colaborador. O uso da abordagem DISC, acrônimo para os
perfis comportamentais dominância, influência, estabilidade e conformidade, se torna, portanto, válida nesse sentido. Cada um desses perfis será afetado, com maiores ou menores riscos de
manifestar o fenômeno, se as características do ambiente de trabalho forem excessivamente antagônicas às suas. Sobre os perfis, me atento inicialmente para o DOMINÂNCIA, representado pela
letra D nas técnicas de seleção. Neste caso, o colaborador tem como fator motivador a busca por metas, desafios. É aquele que não gosta muito de minúcias, de procedimentos formais. Esse
perfil gosta de ir à ação, para fazer com que as metas e objetivos sejam atingidos. Então, se o ambiente de trabalho é muito estático, gera uma desmotivação muito grande, fazendo com o que o
colaborador passe a fazer só o básico. Já o INFLUÊNCIA, a letra I do DISC, é ideal para colaboradores que gostam de estar em equipes, com conexões e relações pessoais. O isolamento para ele
é péssimo!– Colaboradores que apreciam ambientes harmônicos, de escuta ativa, empatia, em que as relações interpessoais são favorecidas, são reunidos no perfil ESTABILIDADE, a letra E da
sigla. Mas, se é um lugar que muda toda hora, há muitos atritos, muita indisposição; se o colaborador não se sente ouvido, reconhecido, não tem escuta, ele se fecha. Se a empresa não é
organizada e nem tem processos definidos, definitivamente não é o melhor local para quem se encaixa no perfil CONFORMIDADE, a última letra que batiza a abordagem. O padrão é para quem sente
essa necessidade de segurança, para colaborares mais introspectivos. Embora o _quiet quiting_ seja amplo e complexo, é importante levar em conta os fatores comportamentais e emocionais mais
determinantes. Um processo de seleção robusta e que conte com o suporte da tecnologia, pode ser decisivo para que, nas contratações, as empresas realmente acertem na escolha dos candidatos.
O ideal é que além da competência profissional, eles apresentem também um perfil em convergência com as características culturais da organização e do time que irá trabalhar. Neste sentido,
softwares de ATS (Application Tracking System, um sistema de rastreamento de candidatos) fornecem elementos que cruzam dados profissionais e comportamentais do candidato com as informações
da vaga, promovendo processos seletivos estruturados, assertivos e ágeis. Encontrar bons trabalhadores nem sempre é fácil, mas nem de longe é impossível. _*Márcio Monson é CEO da Selecty._