Universidade do minho já notificou 4 mil estudantes para pagarem propinas


Universidade do minho já notificou 4 mil estudantes para pagarem propinas

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A Universidade do Minho (UM) está a notificar os cerca de quatro mil estudantes que têm propinas em atraso para que procedam à sua regularização no prazo máximo de 30 dias. Segundo a


instituição, o montante global da dívida dos alunos e ex- -alunos já ascende aos 2,2 milhões de euros e diz respeito aos… A Universidade do Minho (UM) está a notificar os cerca de quatro mil


estudantes que têm propinas em atraso para que procedam à sua regularização no prazo máximo de 30 dias. Segundo a instituição, o montante global da dívida dos alunos e ex- -alunos já


ascende aos 2,2 milhões de euros e diz respeito aos últimos anos lectivos, desde 2004/2005 e até 2010/2011. Ontem, a universidade adiantou que, desde que começaram a ser enviadas as


notificações, “várias dezenas” de estudantes e ex-estudantes já terão regularizado a situação. Num comunicado, a universidade diz ainda que 40% das dívidas em causa dizem respeito a valores


“inferiores a 50 euros”. Nos próximos dias, mais alunos devem ser notificados para que procedam ao pagamento e, caso não o façam, a UM promete tomar medidas. “A Universidade considera que


estas são dívidas do Estado e é dentro do quadro legal aplicável que procederá para ser ressarcida das dívidas existentes”, avisa a reitoria no mesmo documento. Além disso, os alunos que não


pagarem o que devem à instituição não receberão o certificado de fim de curso. “A universidade só procede à emissão das certidões relativas a graus académicos depois de se ter verificado


que o aluno não tem propinas em atraso”, avisa a reitoria. Os 2,2 milhões de euros em dívida dizem apenas respeito a anos lectivos anteriores porque, explica ao _i _o presidente da


Associação Académica, Hélder Castro, a universidade adoptou recentemente novas regras – tendo passado a impedir que os alunos com pagamentos em atraso se matriculem no ano lectivo seguinte.


“Isto significa que muitos destes estudantes devedores já terminaram as suas licenciaturas”, acrescenta o dirigente estudantil. Mesmo assim, a associação académica acredita que muitos deles


poderão não conseguir pagar. “Como sabemos, muitos recém-licenciados de todo o país estão desempregados e os que têm trabalho recebem salários baixos, pelo que dificilmente terão conseguido


juntar dinheiro para fazer face a estas dívidas”, justifica Hélder Castro. A associação acrescenta que ainda não teve acesso ao levantamento deste ano sobre o número de estudantes com


pagamentos em atraso, mas o dirigente teme que possa ser elevado. “Ao agravamento da situação económica das famílias veio juntar-se a diminuição do apoio social: este ano lectivo existem


menos alunos bolseiros”, explica. Nos próximos dias, deverá ser agendada uma reunião entre a associação académica e a reitoria da Universidade do Minho para debater o problema. “O que vamos


tentar fazer é chegar a um acordo para um eventual alargamento do prazo para a regularização das dívidas e para a eliminação da taxa de juro que a universidade está a cobrar”, explica o


presidente. “Este assunto é bastante delicado. Se por um lado temos alunos com dificuldades em pagar, por outro lado existe uma instituição que precisa de verbas para se poder manter em


funcionamento”, acrescenta. No ano passado, só na Universidade do Minho, abandonaram o ensino superior cerca de 700 estudantes. A maioria, acredita a associação académica, “por dificuldades


financeiras”. Hélder Castro teme que este ano lectivo o número de desistências possa ser “ainda superior”.