Para fmi, fed mostra que trabalho de conter inflação não terminou, mas está perto
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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) “reconhece que o trabalho
ainda não está concluído” no controle da inflação, “mas que estamos perto do fim”. Segundo ela, o início do processo de relaxamento “é uma questão de meses”. Georgieva tratou do assunto
durante entrevista a repórteres na quinta-feira, que teve a transcrição divulgada pelo site do Fundo. Segundo ela, o momento do relaxamento monetário nos EUA “é muito importante”. “Não muito
cedo, mas também não muito tarde”, comentou. A autoridade disse que a equipe do Fundo avaliou contextos anteriores e sua conclusão foi que o risco de um relaxamento prematuro é mais alto do
que o de “ficar levemente para trás”, já que um relaxamento prematuro pode “reverter ganhos com impacto mais significativo na confiança, tanto do consumidor quanto do investidor, e também
antecipa como a inflação pode parecer no futuro”. Com isso, Georgieva considera que o Fed está correto em ser cauteloso. “Mas não mantenha a política apertada se você não precisa. Apenas
observe os dados. Atue a partir dos dados”, defendeu. Ela também disse que o FMI tem feito muito trabalho para avaliar o impacto de restrições no comércio e tarifas, incluindo barreiras
tarifárias entre as duas maiores economias do mundo, EUA e China. “E os dados nos dizem que há de fato um impacto negativo no crescimento global”, afirmou. Segundo ela, isso tem reduzido 0,4
ponto porcentual do crescimento global, o que “não é insignificante”, no contexto atual. “Obviamente, isso não é um sinal positivo.” A diretora-gerente afirmou que a inflação global tem
caído mais rápido do que o originalmente previsto pelo Fundo. “Isso é, obviamente, boa notícia, e é motivada tanto pelo relaxamento das pressões do lado da oferta quanto pela política de
aperto monetário”, afirmou. Georgieva também afirmou que, apesar da revisão para cima na projeção para o crescimento global neste ano, “temos de reconhecer que o crescimento segue fraco
pelos padrões históricos”. O Fundo projeta para este ano avanço de 3,1% no PIB global e para 2025, de 3,2%. Ela ainda notou a grande divergência entre países. Na América Latina, por exemplo,
a Argentina teve revisão em baixa, enquanto houve melhora na perspectiva para Brasil e México. No quadro global, Georgieva ainda destacou uma série de riscos, como os geopolíticos, com
conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Os riscos climáticos também são “claros”, reforçou. Questionada sobre os ataques de rebeldes houthis, do Iêmen, a navios de carga no Mar Vermelho,
Georgieva mencionou que 10% da carga global passa pelo Canal de Suez, na região, com isso o impacto é “moderado”. Há um pouco de pressão na oferta, mas ainda não é um fator significativo
para a economia global, avaliou. Já há, porém, problemas também no Canal do Panamá, que sofre restrições por uma seca. “Então não é algo a se negligenciar, mas também não é um grande risco”,
avaliou. A autoridade disse que o Fundo se preocupa com a potencial duração do conflito, que quanto mais se arrastar aumenta o risco de desdobramentos pela região, e também em específico
com o impacto nos países próximos ao conflito, em especial Egito e Líbano.