Museu do design inaugura em junho exposição dedicada a vivienne westwood
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Em "Vivienne Westwood: O salto da tigresa" "é possível conhecer alguns dos aspetos mais característicos do pensamento e obra de Westwood: a forma subversiva como utilizava os
elementos emblemáticos da cultura britânica (como o tartan e os tweeds); a reinterpretação da alfaiataria tradicional; e o seu gosto pela história, até mesmo durante os anos do Punk, quando
em conjunto com Malcolm McLaren criou uma moda de rua irreverente e crua", lê-se no texto de apresentação da mostra, disponível no 'site' oficial do MUDE. Com curadoria da
historiadora de moda e investigadora Anabela Becho, a exposição, que tem como referência o conceito 'Salto do Tigre' do filósofo alemão Walter Benjamin, "incide no
historicismo de Vivienne Westwood, 'designer' inglesa que mergulhou continuamente no passado para afirmar a sua identidade e criar alguns dos visuais mais originais da moda
contemporânea". "Vivienne Westwood: O salto da tigresa", que apresenta cerca de 50 peças, que integram a Coleção Francisco Capelo, do acervo do MUDE, e coleções institucionais
e privadas, aborda também a forma como a criadora de moda "interpretou e reinventou elementos tradicionais do traje, como a crinolina, o bustle (ou tournure) e o corpete, propondo
silhuetas esculturais e afirmativas, com exímia técnica na construção do vestuário". Vivienne Isabel Swire, que viria a tornar-se a 'rainha da moda punk' Vivienne Westwood,
nasceu em 08 de abril de 1941, em Inglaterra, e morreu em 29 de dezembro de 2022. Vivienne Westwood começou a destacar-se no mundo da moda na década de 1970, com a criação vestuário
andrógino, t-shirts panfletárias e uma atitude irreverente contra o sistema. Em 1971, abriu a sua primeira loja, na King's Road, em Londres, com o namorado da altura, Malcolm McLaren,
agente dos Sex Pistols. A loja, inicialmente batizada Let It Rock, acabou por mudar de nome várias vezes ao longo dos anos 1970: Too Fast to Live, Too Young to Die, Sex e Seditionaries foram
outros nomes que teve o negócio. Pouco depois do final dos Sex Pistols, banda para a qual criava os 'figurinos', apresenta a primeira coleção em nome próprio, num desfile em
Londres, em 1981. A coleção, "Pirate", é tida como a vanguarda do movimento neorromântico que surgiria naquela década. Ao longo da carreira, Vivienne Westwood aproveitou as
coleções que criou e os desfiles como "plataforma para fazer campanha por um mundo melhor". Defensora do 'buy less, choose well, make it last' (compra menos, escolhe bem,
fá-lo durar, numa tradução livre em português), Vivienne Westwood era bastante crítica das empresas de 'fast fashion' (moda rápida). Na criação das coleções otimizava o corte dos
tecidos e fazia reutilização. No 'site' de Vivienne Westwood recorda-se que a designer de moda sempre falou "incansavelmente sobre os efeitos das alterações climáticas e do
consumo excessivo, enquanto mobilizava a atenção internacional em torno da cruzada ecológica". Nos últimos anos, a 'designer' de moda apoiou "centenas de causas,
organizações, associações e campanhas", como a Amnistia Internacional e a War Child, e foi embaixadora da Greenpeace, mas também criou o seu próprio movimento, Climate Revolution. Em
2014, em entrevista ao jornal The Guardian, disse que as alterações climáticas eram agora a sua "prioridade, não a moda". Apesar de ser a criadora de uma famosa t-shirt dos Sex
Pistols com uma imagem da rainha Isabel II com um alfinete os lábios ou com a frase "God save the Queen" a tapar-lhe os olhos e a boca, foi condecorada pela monarca, em 1992, com a
Ordem do Império Britânico, pelo trabalho desenvolvido na indústria da moda e nas artes, e, em 2006, com o título de Dama. "Vivienne Westwood: O salto da tigresa" estará patente
no MUDE até 12 de outubro. Leia Também: Pompidou adquire 70 obras dos designers brasileiros irmãos Campana