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"A maior parte daqueles que estão no Governo e que estão nos partidos mais antigos sabem que hoje estão a ser batidos por aqueles que utilizam essa tecnologia de uma forma mais eficaz,

provavelmente mais instantânea, muitas vezes mais manipuladora, muito mais vezes a puxar pelo ódio, aquela raiva e o ressentimento, os 'hates' que geram muitos 'likes' e muitas partilhas nas

redes", afirmou António Leitão Amaro.

O ministro da Presidência falava no painel 'Política e Políticas, os Grandes Influenciadores', na conferência ICON, que decorre no Meo Arena, em Lisboa.

António Leitão Amaro argumentou que a "política ainda está em choque com a transformação digital", acrescentando que esta não é a primeira vez que um fenómeno como este acontece e que

noutros momentos "poderosos governantes" ficaram "atrapalhados porque há outros a comunicarem melhor".

Leitão Amaro recorreu à História para exemplificar, lembrando que no Império Romano houve quem começasse a mobilizar a população através da organização de "festivais de gladiadores, grandes

espetáculos" e estratégias "populistas para persuadir", levando os que "estavam habituados a serem institucionais" a pensar que não conseguiriam manter-se no poder.

"Nós temos que saber, tal como esses nos séculos anteriores, que temos de fazer a transformação no meio como comunicamos. E eu acho que ainda não estamos lá", acrescentou.

O ministro da Presidência recordou ainda o seu papel nas políticas de imigração do executivo liderado por Luís Montenegro, usando as suas propostas como exemplo de uma comunicação

transparente, "séria e verdadeira, respeitando a verdade e os factos" que evita manipular as emoções.

"É tão fácil eu aparecer, para umas pessoas, dizer 'é tudo igual, vamos abrir as portas, não vamos querer saber, paz e amor' ou então para outra parte da sociedade 'vêm roubar-nos os

empregos, vêm roubar os apoios sociais, vêm cometer crimes mais do que os que cá estão'. Isto seriam factos falsos. Há quem os ande a fazer. E há quem tenha muitos ´likes´ e muitos 'shares'

nas suas páginas porque utilizam mal este seu poder de influência. Eu não quero ter um milhão de 'likes' a dizer uma mentira", concluiu.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, vai tutelar a comunicação social no XXV Governo Constitucional, que hoje toma posse, disse à Lusa fonte do executivo.

No XXIV Governo, que hoje cessa funções, essa pasta estava nos Assuntos Parlamentares, que passam a ser liderados por Carlos Abreu Amorim, em substituição de Pedro Duarte, que saiu do

executivo para se candidatar à Câmara Municipal do Porto.

Leia Também: Tutela da comunicação social passa a ficar a cargo de Leitão Amaro

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