Site com ofensas segue online após denúncias
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O site “Tio Astolfo” existe desde o ano passado, mas foi nesta semana que ele ganhou as páginas dos noticiários por trazer, entre outras ofensas, guias de como estuprar uma mulher. Apesar do
repúdio e das investigações policiais que gerou, o endereço eletrônico ainda é válido na internet e, agora, remete o internauta para outro blog com conteúdo igualmente agressivo. Enquanto
as polícias de vários Estados e o Ministério Público de São Paulo dizem investigar “preliminarmente” o caso, os sites continuam a incentivar todo tipo de violência, especialmente contra a
mulher. “Eu ri do incêndio na Kiss, gostaria de ver mais tragédias desta categoria”, diz a chamada que aparecia nesta terça como destaque no endereço eletrônico. Em referência à morte de 242
jovens na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013, o texto diz que, “assim como Deus destruiu Sodoma e Gomorra, um ambiente de homossexualismo e promiscuidade, destruiu a boate
Kiss”. “Vocês podem se revoltar o quanto quiser, mas esta é a minha opinião. Por mim, tinha que morrer mais, tinha que ter morrido todos”, completa. Outros títulos como “Mulheres gostam de
apanhar” e “Mulheres que utilizam anticoncepcionais são vagabundas”, publicados desde janeiro, estão no site. A repercussão do conteúdo gerou repúdio e comentários de muitos internautas que
cobram Justiça e retirada imediata do site da internet. No entanto, nenhum dos órgãos que investigam o caso informou ter solicitado ao provedor a remoção. O presidente da Comissão de
Informática e Crimes Eletrônicos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Luís Felipe Silva Freire, disse que a tecnologia de hoje permite a retirada imediata dos sites da internet, no
entanto, se o provedor for do exterior, isso pode dificultar. “Ao que parece, como o Tio Astolfo não tem o ‘br’ em seu endereço, tudo indica que está hospedado fora do país”, afirmou. Mesmo
assim, pelo fato do efeito do conteúdo ter alcance nacional, os autores poderão ser julgados pelas leis brasileiras. Em princípio, podem ser enquadrados na prática de “incitar o crime”,
delito previsto no Código Penal com pena de três a seis meses de detenção. Mas outros crimes podem ser configurados. INVESTIGAÇÃO COMEÇA LENTA As investigações começaram assim que o “Tio
Astolfo” ganhou repercussão, mas ainda sem ações práticas. A Polícia Civil de Minas informou que não tinha comunicado a Polícia Interestadual, como prometido. A polícia do Mato Grosso
aguarda o retorno do delegado de crimes cibernéticos, que está em viagem, para avançar. A Polícia Federal de Minas informou que não é sua atribuição apurar o assunto, e a PF em Brasília não
se manifestou.