SOL&SOMBRA


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SOL PASSOS COELHO conseguiu uma vitória bem clara nas legislativas de 5 de junho (deixando o ps à larga distância de 10,5% do psd), mas não com maioria absoluta (como pedira na semana final


da campanha). ainda assim, a coligação com o cds permite-lhe ter uma confortável maioria de apoio de 132 deputados no parlamento. agora, tem pela frente o seu primeiro teste: formar um


governo com figuras respeitadas e liberto do aparelhismo partidário. e, logo a seguir, virá o grande desafio à sua capacidade de liderança política: tomar as medidas exigentes e impopulares


(dentro do seu próprio partido…) para governar um país em crise e em recessão, resistir ao desgaste da contestação social, reduzir e reestruturar a máquina do estado. disso dependerá se o


governo cumpre os quatro anos de mandato ou se cai antes, como este de sócrates ou o último de durão/santana. PAULO PORTAS não chegou aos ambicionados 14% onde colocara as expectativas do


cds, mas cresceu para 11,7% e ganhou mais três deputados – o que não era fácil num ciclo de subida eleitoral do psd. nove anos depois, volta ao governo numa posição de destaque. e com um cds


eleitoralmente reforçado. a única sombra no horizonte é a ameaça de ser atingido por um qualquer torpedo judicial no ‘caso dos submarinos’. &SOMBRA FRANCISCO LOUÇA o bloco perdeu metade


do seu grupo parlamentar, 270 mil votos (vendo o seu eleitorado fragmentar-se em todas as direcções) e caiu para o 5.º lugar dos partidos. é uma derrota com uma amplitude tal que


justificava a demissão do seu líder. mas é, sobretudo, um atestado de inutilidade política a um partido que não soube sair do reduto marginal onde nasceu e passar a fazer parte das soluções


de poder. o futuro é definhar ainda mais. JOSÉ SÓCRATES é um encartado actor da sua própria figura. nem na hora da derrota e da despedida dispensou o teleponto e o discurso escrito com


emoções e mensagens previamente ensaiadas. e ainda teve o desplante de dizer que 28,1%, um dos piores resultados da história do partido, foi «dignificante para o ps». habituou-se de tal


maneira à distorção dos factos e à mistificação da realidade que não tem emenda possível. mas o país (e o ps) não esquecerão estes últimos anos do seu governo.