Mesmo com aumentos seguidos, governo manterá política de combustíveis


Mesmo com aumentos seguidos, governo manterá política de combustíveis

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O governo nunca considerou mudar a política da Petrobras de reajuste de preços dos combustíveis, afirmou hoje (22) o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao sair de reunião com os


ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, hoje (22), em Brasília, no Ministério da Fazenda. “Fui convidado para a reunião. Na abertura da reunião, foi logo


esclarecido que de maneira nenhuma o objetivo seria o governo pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras”, disse, informando que os reajustes estão relacionados aos preços


internacionais e ao câmbio. Segundo Parente, a reunião teve o objetivo de dar informações sobre a dinâmica de mercado. Perguntado se a redução dos preços da gasolina e do diesel, anunciada


hoje pela empresa, foi feita por pressão política, Parente explicou que a decisão foi tomada em função da queda do dólar ontem (21). “A redução de hoje é simples de entender: houve uma


redução importante de câmbio. É a prova de que essa política tanto funciona na direção de subir os preços quanto de cair os preços. O Banco Central interveio com mais intensidade no mercado


ontem, houve uma redução de câmbio e isso foi refletido no preço de hoje”, disse. Com reforço da intervenção do Banco Central no mercado, o dólar comercial encerrou o pregão de ontem em


queda de 1,35%, cotado a R$ 3,689. O resultado ocorre após seis altas consecutivas da moeda norte-americana frente ao real. Ao longo da semana passada, o dólar se valorizou 3,85% e chegou a


valer mais de R$ 3,74 na sexta-feira (18). Parente evitou falar sobre eventuais medidas que o governo possa adotar para reduzir os preços dos combustíveis, como mudanças na tributação. “O


governo está preocupado com os preços e está procurando ver o que, no nível deles, pode ser feito”, disse. Ele acrescentou que o assunto é de responsabilidade do governo. “Sobre esses temas


da alçada do governo, só as autoridades do governo têm que falar”, afirmou, ao deixar o Ministério da Fazenda. REUNIÃO NO PLANALTO Ontem (21), no final da tarde, o presidente Michel Temer


convocou uma reunião de emergência para tratar do preços dos combustíveis com os ministros Moreira Franco, Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia, Esteves Colnago (Planejamento) e o


secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, no Palácio do Planalto. Também ontem, em sua política de reajustes praticamente diários, a Petrobras informou que elevaria os valores do diesel


em 0,97% e os da gasolina, em 0,9% nas refinarias a partir de hoje. Na semana passada, houve vários reajustes de preço nas refinarias. Há discussões no governo sobre a possibilidade de


redução da cobrança de tributos sobre os combustíveis. Existem situações em que a composição de impostos supera 40% do valor final do preço. Padilha disse que o governo estuda uma forma de


tornar os preços dos combustíveis mais “previsíveis”. As reuniões ocorrem no momento em que os caminhoneiros deflagraram uma paralisação por tempo indeterminado e que bloqueiam rodovias em


vários estados. A categoria reclama do reajuste das tarifas do diesel, que encarecem o valor do serviço.