Xi diz a trump que é preciso 'corrigir o curso' das relações eua-china


Xi diz a trump que é preciso 'corrigir o curso' das relações eua-china

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O presidente da China, Xi Jinping, disse ao seu contraparte dos Estados Unidos, Donald Trump, responsável por uma ofensiva comercial contra Pequim, que os dois países deveriam "corrigir


o curso" das relações bilaterais, em um telefonema nesta quinta-feira (5) que o republicano avaliou positivamente. A chamada telefônica - a primeira anunciada publicamente desde que o


magnata retornou à Casa Branca - ocorreu após Pequim e Washington trocarem acusações e pôr em perigo a trégua comercial que negociaram no mês passado em Genebra. "Corrigir o curso do


grande navio das relações sino-americanas exige que o guiemos bem e definamos a direção, especialmente para eliminar todos os tipos de interferência e até mesmo destruição", disse Xi a


Trump, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. Xi também se declarou aberto à visita de seu contraparte americano à China. Por outro lado, o presidente chinês pediu a Trump que


tratasse a questão de Taiwan "com cautela" para evitar um "conflito", de acordo com a mesma fonte. Xi pediu a Washington que "retire as medidas negativas tomadas


contra a China". Trump, garantiu, por sua vez, que a conversa, que durou cerca de uma hora e meia, terminou com uma "conclusão muito positiva". - Mudança de tom - Donald Trump


anunciou em sua rede Truth Social que suas equipes comerciais e a de Xi Jinping se reunirão "em breve" para abordar as tarifas, em local ainda a ser definido. Segundo ele,


"não deveria" haver pontos soltos no acesso às terras raras chinesas, um grande obstáculo nas relações entre os dois países. O presidente dos EUA, que confirmou que Xi havia


"gentilmente" convidado ele e sua esposa Melania a viajar para a China, enfatizou que ele retribuiu o convite para que Xi viajasse para os Estados Unidos. O tom do imprevisível


bilionário republicano mudou radicalmente em relação aos seus comentários furiosos na semana passada, quando acusou Pequim de não respeitar o acordo de trégua comercial negociado em maio. Os


dois governantes conversaram "a pedido" de Trump, destacou a Xinhua. A questão de quem está em uma posição de força, EUA ou China, é altamente sensível para o presidente americano


que, como seus oponentes democratas apontam ironicamente, teve que recuar várias vezes na guerra tarifária. - Estudantes e fentanil - Mas as disputas entre Pequim e Washington vão muito


além do comércio. As duas superpotências também estão em desacordo sobre o tratamento dado aos estudantes chineses matriculados em universidades americanas; o tráfico de fentanil, as


relações com Taiwan, a alta tecnologia e as tensões no Mar do Sul da China. O acordo alcançado em Genebra prevê uma pausa de 90 dias e põe fim a uma escalada tarifária que levou Pequim a


impor tarifas alfandegárias de 125% sobre os produtos americanos e Washington a implementar taxações de 145% sobre os bens chineses. Pequim e Washington haviam concordado em reduzir


temporariamente suas sobretaxas tarifárias para 30% e 10%, respectivamente. Na quarta-feira, Trump disse no Truth Social que "gosta" de Xi Jinping, mas que é "extremamente


difícil fazer um acordo com ele". De acordo com o Wall Street Journal, a raiva foi causada pela lentidão da China em conceder novas licenças de exportação para terras raras e outros


componentes necessários para semicondutores e automóveis. Enquanto isso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, prometeu nesta quinta-feira "defender com


firmeza os direitos e interesses legítimos" dos estudantes chineses, depois que Trump decidiu proibir a emissão de vistos para estrangeiros que iniciariam seus estudos em Harvard.


Atualmente, há cerca de 1.300 estudantes chineses nesta universidade, de acordo com números oficiais. ehl-aue/bds/jvb/mb/yr/am